quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Os estigmas da sala de aula.

Fonte: google imagens
"O estigma é um atributo que produz amplo descrédito na vida do sujeito; em situações extremas é nomeado como "defeito", "falha" ou desvantagem em relação ao outro; isso constitui uma discrepância entre a identidade social virtual e a identidade real. Para os estigmatizados, a sociedade reduz as oportunidades, esforços e movimentos, não atribui valor, impõe a perda da identidade social e determina uma imagem deteriorada, de acordo com o modelo que convém à sociedade." (MELO, 1999).

Um assunto bastante comentado nas graduações de Psicologia são os estigmas dados aos alunos. Está é uma discussão que deveria ser trazida para todos os cursos de licenciaturas, além de envolver todos os profissionais que estão arrolados ao contexto escolar. Desde o auxiliar de limpeza até o diretor. 
O problema é que existe um padrão que é aquele aluno que senta na primeira carteira, presta atenção na aula sem nem ao menos olhar para os lados e obedece tudo o que o professor diz, sem pensar no porquê de faze-lo. Esse pensameto pode rotular os estudante e fazer com que eles sofram por trás desses estigmas.
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O aluno que senta na frente é aquele chamado de nerd, que é "uma pessoa muito dedicada aos estudos, que exerce atividades intelectuais" (FONTE: http://www.significados.com.br/nerd/). Desses alunos cobra-se a perfeição, o acerto constante, as notas mais altas e por aí vai. O que não se pensa é, só porque Maria senta na última cadeira não é dedicada aos estudos e não se envolve em atividades intelectuais? É um erro bastante comum cometido pelos professores e funcionários da maioria das escolas brasileiras (talvez não só brasileiras). Além de que pode gerar certa angustia nos alunos chamados "nerds",pode desmotivar e, até mesmo, trazer sofrimento aos alunos que não são considerados de tal forma. Fazendo com que padronizem-se para receber um retorno significativo dos professores e tornem-se ansiosos por um "aprendizado" que futuramente será esquecido. 
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Além dos nerds, existe na sala de aula um grupo de alunos que é constantemente rotulado de "bagunceiro". Esses alunos são, geralmente, mencionados pelos professores como os piores alunos, os que só tiram notas baixas, os que não prestam atenção na aula, só conversam e etc. O fato é que essa herança cultural acabou criando esses padrões e essas "margens". Se não há investimento nesses estudantes, não há a valorização deles e, portanto, realmente acabarão perdendo o interesse. Não digo que é uma regra, mas sim uma hipótese.
Indo um pouco mais à frente, existem alunos que apresentam dificuldades na aprendizagem. A escola deveria dar todo apoio para que esse aluno consiga manter-se no nível de sua turma, dando reforço escolar ou qualquer outra maneira. Porém, o que acontece, talvez na maioria das escolas, é que esses alunos acabam sendo estigmatizados como "burros" e/ou "retardados e são esquecidos. 
Para além dessa discussão, podemos dizer que o que deve sempre ser lembrado é que cada aluno tem sua subjetividade, sua personalidade e sua maneira de aprender. Só que na sala de aula isso é geralmente esquecido pelos professores que acabam rotulando alunos. Acredito que está mudança deve ocorrer imediatamente e começando pelas graduações dos profissionais inseridos no contexto escolar. Essa será uma mudança à longo prazo, porém quando transformada em realidade o número da evasão escolar poderá diminuir, pelo simples fato de a escola exercer o direito humano universal que diz que "todos são iguais", porém cadê um de nós temos nossa subjetividade. 
A escola é um lugar de socialização, aprendizagem e formação de cidadãos com ideias críticas, não apenas uma mera preenchedora de conhecimento. Falta apenas que elas aprendam o seu papel na sociedade e para isso a Psicologia Escolar deverá estar munida de bastante conhecimento e novas ideias para contribuir para essa mudança.
DIFERENTES, SOMOS TODOS IGUAIS! 

Referência: MELO, Zélia Maria de. Os estigmas: a deterioração da identidade social. [1999]. Disponível em: <http://www.sociedadeinclusiva.pucminas.br/anaispdf/estigmas.pdf>. Acesso em: 14 set de 2012.

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