quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

A ansiedade por trás do vestibular.

Fonte: google imagens
Chega agosto e os nervos começam à aflorar na pele dos vestibulandos, principalmente aqueles que são adolescentes ainda (a grande maioria). Isso se deve ao fato de que a cobrança nas escolas de Ensino Médio se tornam quase insuportáveis. Eu sei porque passei por essa mesma situação de 2007 à 2009 (época do meu E.M.). Ao contrário das escolas públicas, que a cobrança é pouca ou ausente, as escolas particulares entram em um verdadeiro campo de batalha, já que competem entre si para definir quem aprova mais nos vestibulares, quem tira o primeiro lugar e quem tem as notas mais altas. Isso tudo para conseguir mais alunos com esperança de conseguirem um bom preparatório para o vestibular.Por esse, e por diversos outros fatores, que deveria haver a presença de um profissional da Psicologia que ajudasse os alunos na resolução de suas demandas referentes à adolescência e a angustia gerada em relação à formação profissional. E mais, encaminhar, sempre que preciso, esses alunos para terem uma Orientação Vocacional. Tudo para contribuir para a obtenção do bem-estar desses alunos. No caso dos professores, a escuta faz-se necessária sempre que possível. Dividir as angustias sofridas pela grande pressão e excesso de trabalho pode contribuir (e muito) para a diminuição desta pressão e cobrança.

Deveriam ser implantados nas escolas projetos que visem explicar aos alunos cada curso oferecido por cada Universidade presente em sua realidade e ir além, ter um espaço aberto para ouvir as dificuldades desses alunos, ao invés de só passar conteúdo em cima de conteúdo. Além disso, rever a didática dos professores, que por vezes estão em demasiado estresse pela pressão de ter que passar todo o conteúdo programático em um curto período de tempo. Medidas como essas terão resultados à longo prazo, resultados que visam trazer aos atores envolvidos na cena escolar um bem-estar biopsicossocial. 

Muito ainda deve ser feito para que novos métodos sejam implantados nas escolas de Ensino Médio, principalmente a mudança de postura de certas Universidades que cobram conteúdos de maneira, muitas vezes, desumana. O que acaba forçando os professores à apenas transmitirem conteúdos, ao invés de ensinar as disciplinas. Fato que acaba nos levando de volta para a Tendência Liberal Tradicional, onde se visava apenas o repassar de conhecimento para os alunos, com a finalidade de transformar indivíduos que assumirão seus papéis na sociedade, sem levar em consideração aspecto nenhum. 
Não há problema em se preparar para o vestibular, não há problema em querer tirar a melhor nota, mas o que está sendo questionado por mim aqui não é isso e sim a total falta de comprometimento com a saúde física, mental e, principalmente, psíquica do indivíduo que prestará vestibular. As próprias escolas, pelo menos aqui em Belém/PA, não tem obrigatoriedade de ter Psicólogos escolares e muitas não tem sequer uma enfermaria na escola, o que, na minha, opinião, poderá comprometer o bem-estar desses alunos.
Essa pressão sofrida por esses vestibulandos, pode acarretar em uma grande ansiedade e, até mesmo, em uma escolha errada do curso que irá estudar. Na adolescência, existe a busca pela identidade e se eles não tem certeza nem de quem são, como saberão qual curso/profissão querem seguir? Essa busca por conhecer a si próprio é bastante acentuada na maioria dos adolescentes:

"O desenvolvimento psicossocial durante a adolescência é mais bem compreendido como busca do autoconhecimento, de respostas à pergunta “Quem sou eu?”. As mudanças que ocorrem durante os anos da adolescência – o surto de crescimento, o despertar sexual, o ingresso em uma escola maior e impessoal, mais amizades íntimas e a aceitação de riscos – tudo desafia o adolescente a encontrar sua identidade, ou seja, sua autodefinição exclusiva e consciente." (KROGER, 2000; LARSON; HAM, 1993 apud
 BERGER, 2003, p. 279).

Referência:
BERGER, Kathleen S. O desenvolvimento da pessoa: do nascimento à terceira idade. Ed. Rio de Janeiro: LTC, 2001.

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