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Fonte: google imagens |
Chega agosto e os nervos começam à aflorar na
pele dos vestibulandos, principalmente aqueles que são adolescentes ainda (a
grande maioria). Isso se deve ao fato de que a cobrança nas escolas de Ensino
Médio se tornam quase insuportáveis. Eu sei porque passei por essa mesma
situação de 2007 à 2009 (época do meu E.M.). Ao contrário das escolas públicas,
que a cobrança é pouca ou ausente, as escolas particulares entram em um
verdadeiro campo de batalha, já que competem entre si para definir quem aprova
mais nos vestibulares, quem tira o primeiro lugar e quem tem as notas mais
altas. Isso tudo para conseguir mais alunos com esperança de conseguirem um bom
preparatório para o vestibular.Por esse,
e por diversos outros fatores, que deveria haver a presença de um profissional
da Psicologia que ajudasse os alunos na resolução de suas demandas referentes à
adolescência e a angustia gerada em relação à formação profissional. E mais,
encaminhar, sempre que preciso, esses alunos para terem uma Orientação
Vocacional. Tudo para contribuir para a obtenção do bem-estar desses alunos. No
caso dos professores, a escuta faz-se necessária sempre que possível. Dividir
as angustias sofridas pela grande pressão e excesso de trabalho pode contribuir
(e muito) para a diminuição desta pressão e cobrança.
Deveriam
ser implantados nas escolas projetos que visem explicar aos alunos cada curso
oferecido por cada Universidade presente em sua realidade e ir além, ter um
espaço aberto para ouvir as dificuldades desses alunos, ao invés de só passar
conteúdo em cima de conteúdo. Além disso, rever a didática dos professores, que
por vezes estão em demasiado estresse pela pressão de ter que passar todo o
conteúdo programático em um curto período de tempo. Medidas como essas terão
resultados à longo prazo, resultados que visam trazer aos atores envolvidos na
cena escolar um bem-estar biopsicossocial.
Muito
ainda deve ser feito para que novos métodos sejam implantados nas escolas de
Ensino Médio, principalmente a mudança de postura de certas Universidades que
cobram conteúdos de maneira, muitas vezes, desumana. O que acaba forçando os
professores à apenas transmitirem conteúdos, ao invés de ensinar as
disciplinas. Fato que acaba nos levando de volta para a Tendência Liberal
Tradicional, onde se visava apenas o repassar de conhecimento para os alunos,
com a finalidade de transformar indivíduos que assumirão seus papéis na
sociedade, sem levar em consideração aspecto nenhum.
Não há problema em se preparar para o vestibular, não há problema em
querer tirar a melhor nota, mas o que está sendo questionado por mim aqui não
é isso e sim a total falta de comprometimento com a saúde física, mental e,
principalmente, psíquica do indivíduo que prestará vestibular. As próprias
escolas, pelo menos aqui em Belém/PA, não tem obrigatoriedade de ter
Psicólogos escolares e muitas não tem sequer uma enfermaria na escola, o que,
na minha, opinião, poderá comprometer o bem-estar desses alunos.
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Essa pressão sofrida por esses vestibulandos, pode
acarretar em uma grande ansiedade e, até mesmo, em uma escolha errada do curso
que irá estudar. Na adolescência, existe a busca pela identidade e se eles não
tem certeza nem de quem são, como saberão qual curso/profissão querem
seguir? Essa busca por conhecer a si próprio é bastante acentuada na maioria
dos adolescentes:
"O desenvolvimento psicossocial durante a adolescência é mais bem
compreendido como busca do autoconhecimento, de respostas à pergunta “Quem sou
eu?”. As mudanças que ocorrem durante os anos da adolescência – o surto de
crescimento, o despertar sexual, o ingresso em uma escola maior e impessoal,
mais amizades íntimas e a aceitação de riscos – tudo desafia o adolescente a
encontrar sua identidade, ou seja, sua autodefinição exclusiva e
consciente." (KROGER, 2000; LARSON; HAM, 1993 apud
BERGER, 2003, p. 279).
Referência:
BERGER,
Kathleen S. O
desenvolvimento da pessoa: do nascimento à terceira idade. Ed.
Rio de Janeiro: LTC, 2001.
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